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Estreia hoje, no Sítio do Gois, Apodi-RN; a encenação da 'paixão de Cristo'


Espetáculo é encenado pelas pessoas da própria comunidade. — Foto: Inter TV Costa Branca/Reprodução

G1/RN - Um espetáculo totalmente ao ar livre será apresentado por agricultores do Sítio do Góis, zona rural do município de Apodi, região oeste do estado.


O espetáculo acontecerá nos dias 14 e 15 de abril, no sítio do Góis. A entrada é gratuita.

E a prefeitura municipal de Apodi, disponibilizou um ônibus, saindo do centro da cidade, em frente a Igreja Matriz, às 17h30min.


O espetáculo “A paixão de Cristo” é totalmente encenado pelos moradores da comunidade, que está ansiosa para acompanhar mais uma vez de perto, a trajetória de jesus cristo horas antes do julgamento e execução.

Dulcivan é o diretor do espetáculo e explica que a ideia surgiu para tentar unir a comunidade e falar sobre a história de Jesus Cristo. Cerca de 200 famílias moram no Sítio do Góis.

“A comunidade tem grande contribuição, começando pela liberação do espaço. A comunidade inclusive acompanha os atores em cada cena. A gente entende que todo esse trabalho feito nos cenários é uma participação da via crucis, da mesma forma que o cristo sofreu na época”, disse. O espetáculo foi idealizado em 2001 e a primeira apresentação foi em 2002, sempre com duas exibições totalmente gratuitas. Ao todo, o elenco conta com 70 atores e outras 30 pessoas fazem parte do apoio externo.


Como Ysmar Penha, que criou o figurino e, com ajuda de outras pessoas, costurou cada peça de roupa usada pelos atores.

“Quando eu vejo todo mundo com o seu figurino, é uma emoção muito grande, porque eu fico imaginando: 'meus Deus, esse pessoal está usando uma coisa que eu criei, que é uma criação minha, que eu idealizei junto com algumas pessoas' e é muito gratificante ver todo mundo com aquele brilho. O olhar das pessoas quando se transformam em atores, porque no dia a dia eles estão como agricultores, donas de casa... e quando sobem ao palco, que vestem o figurino, você vê uma outra pessoa totalmente diferente. Então é muito gratificante ver essa transformação das pessoas através do nosso espetáculo”, relatou.

Boa parte da matéria-prima usada para a construção dos cenários, é retirada da mata. O agricultor Luiz Carlos da Costa é responsável por retirar cipó de Bugi, uma espécie de trepadeira típica da região, que pode atingir até 5m de altura, que se transforma em coroas e também outros adereços do espetáculo. "É só coisa da natureza, o que a gente tira, nasce de novo. Eu acho bom participar, é bonito. Quem nunca participou se participar uma vez, nunca mais deixa de ir”, disse seu Luiz. Além de ajudar a montar os cenários, ele também atua como soldado na peça.

O mais encantador no espetáculo, para além da história de Jesus Cristo, é saber que todos os atores são moradores da comunidade. Iago é comerciante e tem um mercadinho.


Durante o dia ele exerce múltiplas funções, mas quando chega à noite, vira um sacerdote. Ele disse que desde criança assiste ao espetáculo e aos poucos foi surgindo a vontade de fazer parte do elenco.

“Eu tinha um sonho de um dia poder fazer um personagem, e há cinco anos o diretor me deu a oportunidade de fazer um personagem, um sacerdote e desde então estou fazendo esse trabalho”, explicou o comerciante.

A pandemia da Covid-19 também afetou o espetáculo, a última exibição foi em 2019. Este ano a equipe até pensou em não fazer, mas a pedido da população, os atores estão empenhados e em pouco mais de um mês eles prepararam o tudo.


Alane Costa, que já fez diversos personagens, disse que este ano será o mais difícil, “não só para mim, como também para todo o elenco por causa do tempo curto que a gente teve para preparar tudo. Mas é o ano que eu estou com mais expectativas e espero que dê tudo certo”. O personagem principal da história é interpretado por Francisco Américo. Ele é professor e também agricultor e está nesse papel desde 2002.

“Jesus foi um filho de carpinteiro, uma pessoa pobre que pregava a palavra de Deus por onde passava. Ele passou a maior mensagem para a humanidade que nós temos até hoje, o amor ao próximo, por isso é uma satisfação imensa para mim”, conta.

Para o diretor do espetáculo, a encenação deste ano será cheia de significados.

“Foram os próprios moradores que pediram para a gente fazer a Paixão de Cristo este ano. Nós estamos passando por um pandemia e temos que comemorar a vida e nós não podemos deixar de levar a palavra de Deus mais uma vez. Depois do dia 14 de março, nós só tínhamos 30 dias, então se Jesus jejuou 40 dias, nós temos que passar por esses 30 dias nessa correria”, disse Ducivan Fernandes.


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