O ano legislativo começou com vitória maiúscula de Jair Bolsonaro (sem partido), que emplacou seus candidatos na presidência da Câmara (Arthur Lira, PP-AL) e do Senado (Rodrigo Pacheco, DEM-MG), ambos eleitos no 1º turno.
Um fôlego e tanto para um governo que lida com a dupla pressão do fiasco no enfrentamento da pandemia e da recuperação econômica que não veio.
Na Câmara, a vitória é antes de tudo do Centrão, que volta a ocupar a segunda cadeira mais importante da República seis anos depois da ascensão de Eduardo Cunha (ex-Deputado Federal pelo MDB).
O maior objetivo do Planalto após emplacar essas vitórias maiúsculas é seguir com pautas que julgam ser fundamentais ao país, além de ter mais celeridade na tramitação de matérias de seus interesses em ambas as Casas.
Ter feito a presidência da Câmara Federal, para Bolsonaro, é quase que um alívio, pois sozinho o presidente tem o poder de acatar ou não pedido de impeachment, bem como colocar para voltar pautas e MP's (Medidas Provisórias) expedida pelo Governo.
Com Maia (Rodrigo) na presidência no último biênio, muitos foram os embates e quedas de pautas que o Governo queria que tramitasse com mais tranquilidade. E com a recente onda de pedidos de impeachment, lograr êxito na sucessão da Câmara, e ter um aliado nesse cargo, era julgado fundamental pelo Planalto para o próximo biênio.
"Oportunismo, criatividade e muita negociação de bastidor”, resume Carazza, colunista do Valor Econômico, ao descrever a operação que destinou R$ 3 bilhões em créditos extraordinários do Orçamento do ano passado a 250 deputados e 35 senadores, viabilizada por uma decisão do TCU no apagar das luzes de 2020.
“Abriram um balcão em que os parlamentares indicavam obras que serão contratadas pelo governo ao longo deste ano”. Sem deixar de reconhecer que Bolsonaro venceu, Carazza avalia que o preço a pagar será elevado: um presidente cada vez mais refém do Centrão.
Resta saber se as peças lançadas no tabuleiro foram as corretas e se os aliados hoje, permanecerão compondo e comprometidos com a base governista no curso desde biênio.
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